1/13/2009

TANTAS PERGUNTAS

Tantas perguntas a fazer,
Tantas perguntas...
Mas o tempo das perguntas já passou.
As perguntas perderam a língua
e já não sabem perguntar.
E percorrerão o silêncio feito peregrinas,
condenadas a nunca descansar.

Tantas perguntas a fazer.
Tantas perguntas...
Mas o tempo das perguntas já passou.
Pudessem falar as perguntas,
só o vento, o mar e o silêncio
as poderiam escutar.

Tantas perguntas a fazer.
Tantas perguntas...
Mas o tempo das perguntas já passou.
E o homem a pedir ao menino
que vai saltitando ao seu lado
Não dá pra perguntar?
Não dá pra perguntar?
Mas o menino que vai saltitando ao seu lado
só escuta o silêncio, o vento e o mar.

Tantas perguntas a fazer,
Tantas perguntas...
Mas o tempo das perguntas já passou.
Pergunta então aos mortos.
E eles talvez saberão responder
feito folhas ao vento
Por que não soubeste perguntar?
Por que não soubeste perguntar?

(Ai, quantas palavras à espera das respostas
das perguntas
feito os filhotes da ave morta
abandonados no ninho.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário