Aquela fotografia na velha carteira de identidade.
Aquela fotografia de um menino bonito
que você mandou ampliar
e colocou num porta-retrato sobre a mesa.
Aquele menino bonito emergindo silencioso e sério
da escuridão do tempo,
aquele menino em cujo silêncio você imagina
ter penetrado um dia.
Mas você teria conhecido aquele menino bonito
num porta-retrato sobre a mesa?
Teria ao menos encontrado com ele algumas vezes
na escuridão do tempo de onde emerge
silencioso e sério?
Teria alguém conhecido ou visto algum dia
aquele menino?
Ou teria circulado esgueirando-se
clandestino, invisível e mudo
num labirinto aquele menino?
Aquele menino bonito na fotografia,
silencioso e sério,
reclama de não ter existido.
1/13/2009
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