1/13/2009

DISPNÉIA

Bati à porta assustado.
Tinha medo, muito medo.
Bati à porta para pedir asilo,
tartamudeando,
com minha voz rouca e dispnéica.

Bati à porta para pedir asilo.
Mas o porteiro me disse
peremptório
que só teria abrigo
quem respirasse a palavra
na eupnéia das formas estabelecidas.

E o porteiro fechou-me a porta
indiferente.
E na rua escura,
sozinho,
engolindo em seco o silêncio
do ritmo proscrito das palavras asfixiadas,
eu tinha medo,
muito medo.

Um comentário:

  1. DISPNÉIA
    Bati à porta assustado.
    Tinha medo, muito medo.
    Bati à porta para pedir asilo,
    tartamudeando,
    com minha voz rouca e dispnéica.

    Bati à porta para pedir asilo.
    Mas o porteiro me disse
    peremptório
    que só teria abrigo
    quem respirasse a palavra
    na eupnéia das formas estabelecidas.

    E o porteiro fechou-me a porta
    indiferente.
    E na rua escura,
    sozinho,
    engolindo em seco o silêncio
    do ritmo proscrito das palavras asfixiadas,
    eu tinha medo,
    muito medo.
    Dispneia de Macedo Maceió

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