1/13/2009

PAI

Estremeci de medo...
Sua voz nos repreendendo
na sala
e o xixi ziguezagueando no chão
quando corri assustada
para debaixo da mesa.
Mas como era belo aquele homem
- a solidão dos olhos verdes
feito ave de arribação perdida.
(Perdoa-me, minha mãe!
Perdoai-me, minhas irmãs!)

Estremeci de medo...
Ele de braço erguido ameaçador
e minha mãe ciumenta, traída,
a acha de lenha na mão.
Fechei os olhos, tapei os ouvidos.
Mas como era belo aquele homem
- a solidão dos olhos verdes
feito ave de arribação perdida.
(Perdoa-me, minha mãe!
Perdoai-me, minhas irmãs!)

Estremeci de medo...
Queridinha do papai,
me disse minha irmã.
Deitada na cama à noite,
olhar fixo nas telhas e nos caibros,
um ar gelado percorreu o meu coração.
Mas como era belo aquele homem
- a solidão dos olhos verdes
feito ave de arribação perdida.
(Perdoa-me, minha mãe!
Perdoai-me, minhas irmãs!)

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