1/02/2009

Na conversadeira

O jovem frade olhou a lagoa
no fim da tarde...
os coqueiros,
a mata subindo pelo morro,
o sol arrancando lancetas de luz
da água...
Lembrou do Tejo,
lembrou do rio da sua aldeia,
lembrou do mar tão grande
que unia e já não separava.

Mas lembrou também da água morna
no calor do trópico,
da lama entre os dedos.
Lembrou da negrinha quase nua lavando roupa na lagoa...
E, de repente,
não havia Tejo,
não havia rio da aldeia
e nenhum mar que unisse
os pedaços do seu coração.

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