Maurício de Macedo
Haveriam de passar
lentamente
como camelos,
resistentes como camelos
atravessando o deserto
sem beber água.
E seguindo as rotas
que as estrelas apontam,
não deixariam rastros
como camelos
cujas pegadas o vento apaga.
A página em branco aguardava
como o deserto aguarda a caravana.
Não haveria cães latindo
e o comboio atravessaria
lentamente
as dunas do silêncio.
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