7/01/2021

O poeta

Maurício de Macedo

Monge do deserto,
não oferece o pescoço
ao vampiro do poder.
(Ferem seu ouvido
a algaravia dos demagogos
e o grito das massas
domesticadas.)

Seu tempo escapa
impávido
das garras da História.
Seu ofício é escutar
distraído
os mortos anônimos
e secretar feito ostra
a pérola do silêncio.

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