Maurício de Macedo
Converso com fantasmas!
exclamou afetado o poetastro,
ainda que os fantasmas
nunca o tivessem escutado.
Avessos a arroubos etéreos,
é das coisas da terra
que os fantasmas gostam
- os pés feridos
na longa estrada,
cinzas na cabeça,
crepúsculo nos olhos...
Têm ouvidos sensíveis
- para chegar até eles
as palavras precisam
atravessar o silêncio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário