9/19/2012

A máquina


Maurício de Macedo

No espaço sufocado,
regozijava-se o feitor
- o poder de dobrar
e perturbar
o outro,
o poder de adoecer
o outro.

"Manda quem pode,
obedece quem tem juízo".
A sentença feito marca
de ferro em brasa
no rosto.
A sentença como signo
da solidão.

Viver mês a mês
e negar os sentidos
para doer menos.
No silêncio,
feito animal ferido,
refugiava-se o Não.

"Quem não está comigo,
está contra mim",
o tempo chispava
nos olhos do feitor.

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