7/15/2012

8 de dezembro


Maurício de Macedo

Embaladas pelas ondas do mar,
rosas brancas descansavam na areia,
na manhã de Iemanjá.

O sagrado beijando o profano,
poesia brasileira de tantos ais,
salve Vinícius de Moraes.

Flor do outro lado do mar,
flor do banzo das naves,
salve Castro Alves.

A lâmina da faca do sol
cortando a pétala de cal,
salve João Cabral.

Dos pedaços de Orfeu
a vagar na espuma a rima,
salve Jorge de Lima.

Da rosa que é do povo
e da divindade,
salve Carlos Drummond de Andrade.

Da rosa que adormece na praia,
dama sem eira nem beira,
salve Manuel Bandeira.

Do que no mar se faz música,
lânguida flor,nobre ou reles,
salve Cecília Meirelles.

Flor que não passará
(passarinho),
o canto do mar não engana,
salve Mário Quintana.

Da língua que sobre a rosa
a canção do mar ressoa,
salve Fernando Pessoa.

Do areal do oceano imenso,
périplo de nossos corações,
salve Luís de Camões.

Embaladas pelas ondas do mar,
rosas brancas descansavam na areia
na manhã de Iemanjá.

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