1/02/2009

O SONHO

Não pensei que pudesses vir ainda
como antes, muito antes.
Não pensei que viesses como há muitos anos,
muitos anos...
Não pensei que viesses
como já não sou.

Mas chegasse naquele espaço que só existe
entre a luz tênue do esquecimento
e a sombra da culpa na memória.
E a serpente que se imaginava esmagada sob os pés
levantou-se de súbito, agitando a língua partida.

O sono levantou a pedra
onde o réptil se escondia refeito
e o veneno do pecado
manifestou-se na carne etérea, de repente.
Despertei com o peito sangrando,
a marca dos dentes da cobra no coração.

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