1/02/2009

FATALIDADE

Na livraria, não sei por que,
de repente lembrei-me de você,
do seu drama, de sua destruição.
Tudo que poderia ter sido
não foi...
E a fatalidade era apenas uma desculpa
que inventávamos
para justificar a nossa omissão,
para acalmar a nossa consciência.

Não, o tempo não filtraria as lembranças,
dando-lhes o sentido que nos fosse conveniente.
O tempo só desembaçaria o espelho da memória,
tornando mais claro o nosso rosto monstruoso.

Transformá-lo num ser inocente,
apagar os seus defeitos
era apenas o outro lado da culpa.
E teria pouca sustentação.

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