1/02/2009

APRENDIZADO

O romance antes
da poesia.
Aqueles colchões de baronesas
com flores de ametista
boiando ao sabor da corrente
dos rios caudalosos das palavras.
Aqueles cardumes de peixes de prata
agitando as barbatanas
nos remansos daqueles rios.
A manifestação súbita do belo
magnetizando, magnetizando.
alçando vôo do enredo,
pondo ovos de luz nos recônditos da memória.

Faulkner, García Márquez, Guimarães Rosa...
E o garimpeiro remexia a bateia
em busca do ouro de aluvião.
E quando encontrou os poetas depois,
majestosos em sua nudez,
já tinha nos olhos as estrelas
para poder enxergá-los,
já tinha na língua as sílabas
para poder soletrá-los.

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